domingo, 27 de julho de 2008

Sacramento Cavaleiro

Sangra sagrado sacramento.
Quebra rosário e hóstia de eucaristia.
De amor rasgado, revela-te cavaleiro do sol poente.
Que tu és o ultimo homem sozinho em alto morro a chorar pelo coração e terra perdidos para o horizonte.

Parte relutante de capela sertana.
Guia-te para o ermo carmim.
Em troca de um bocado mais de pão.
Cai singela e custosa lagrima sofrida retirante do que vai na busca por esse pouco a mais.

Atrás da estrela bela da esperança de dias melhores.
Morre o sol a sua frente.
Sacramentado é esse o seu destino.
Enquanto a saudade farpa passa afiada pelo espesso couro.
O olhar mais terno lhe é jogado ao longe pelo rasgado amor sertão.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Menina Moca


Antes que se vá.
Quero exaltar-te inocência.
Tu que começas a esvair-se por meus dedos, cabelos e proferisses.
Prima irmã da mais bela e abençoada ingenuidade.
De iminente partida, já me deixa opacos alma e sorriso.
Em ardo desígnio.
Trazia-me uma embriagues louca de curiosidade que me debruçava como de ambas as pernas abertas todas as coisas do mundo.
Era como se não existisse nada além da magnânima necessidade de vislumbrar por entre frestas à malícia dos envoltos mistérios.
Escarno faminto de ardis falácias, mundanas inquirições e celestes indagações.
Maldição menina deliciosa de se expurgar.
Do flerte ao esbulho, do puro ao sarjo.
O teu ultimo lampejo, em mim, morre junto com o primeiro suspiro da indiferença.